Governo marroquino pede "fatwa" para contornar tradição de lavar cadáveres

O governo de Marrocos pediu hoje ao Conselho de Ulemas uma 'fatwa' (decreto religioso) que permita contornar a tradição de lavar os cadáveres no caso de vítimas do vírus ébola.
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O Ministério de Saúde marroquino pediu o decreto ao organismo religioso oficial encarregue da emissão de fatwas como medida preventiva contra o possível contágio, noticiou a imprensa local.

Os rituais fúnebres muçulmanos exigem que os cadáveres sejam lavados e envoltos numa mortalha antes de serem enterrados, mas o Ministério da Saúde marroquino justificou o pedido do decreto ao organismo religioso oficial com o facto de o contacto com cadáveres contaminados com ébola ser uma das principais formas de transmissão do vírus.

Até ao momento não foi registado qualquer caso de infeção com ébola em Marrocos, mas as autoridades de saúde admitem que existe algum risco e que já estão a aplicar medidas de prevenção como sensores de temperatura, disponibilização de ambulâncias com equipamento específico e a presença de pessoal e unidades especializadas em aeroportos, portos e fronteiras terrestres.

O governo de Marrocos pediu, na semana passada, o adiamento da Taça das Nações Africanas (CAN 2015), prevista para janeiro em Rabat e Marraquexe, para evitar a propagação do vírus.

A Organização Mundial de Saúde informou na sexta-feira que o ébola matou desde o início do ano 4 500 pessoas entre mais de 9 200 infetados.

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